oficina
27/01 a 29/01 - segunda-feira a quarta-feira 09h30 às 13:30h Carga horária: 12h Faixa etária: a partir dos 18 anos 30 vagas
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Joel Pizzini

São Paulo

Objetivo

Proporcionar uma imersão criativa e histórica na linguagem do chamado Cinema Documentário, seus limites, dispositivos e possibilidades,  através de suas vertentes contemporâneas: o filme-ensaio, o cinema de não-ficção, de autoficção e outras expressões autorais. 

Por meio de exercícios e  exibição de trechos emblemáticos de filmes seminais no gênero, o curso mostrará estratégias narrativas  da dramaturgia “documental” permitindo uma visão panorâmica e reflexiva da produção atual, que será abordada na Oficina, com ênfase  de pesquisa de linguagem, montagem e na conjugação de imagens de arquivo com recursos de recriação do Real. Autores como Johan Van der Keuken ,  Robert Bresson, Agnes Varda e Cris Marker serão evocados como referências estéticas.

Conteúdo Programático

AULA 1

  • A origem histórica do Documentário ( Poeira e Tédio – O conceito de Alberto Cavalcanti )
  • A Tradição Jornalística  ( Os efeitos da nomenclatura e a Voz de Deus )
  • Os Esquemas Narrativos ( A lógica linear e cronológica na formulação da estrutura)
  • O Cinema Etnográfico:  Major Thomaz Reis, Silvino Santos e Jean Rouch
  • O Documentário Verdade e Observacional: A revolução tecnológica (O Som Direto)
  • Os limites da linguagem Documentário ( Fronteiras entre ética x estética)
  • A relação entre Tema x Método A Primeira Pessoa ( o Sujeito no Discurso Documental) 
  • O Documentário Moderno ( A Visita e a Entre-vista)
  • A Falsa Ficção (Os limites da linguagem Documental )

AULA 2

  • O Falso Documentário ( A paródia como negação do “Real”)
  • O  Filmensaio  & Cinema Não-Ficcional ( a Mise-en-scéne, os não-atores e a construção da paisagem sonora)
  • O Metadocumentário ( o autor como personagem-tema)
  • A Primeira Pessoa ( o Sujeito no Discurso Documental) 
  • O movimento austríaco “Reciclagem Histórica”. Análise exposição de trechos de filmes de Peter Tscherkassky e Martin Arnold; O Cinema de Intervenção na película de Mathias Muller (exibição e análise do curta Home Stories);

AULA 3

  • O Anti-Documentário ( expressões contemporâneas )
  • Os dispositivos anarrativos ( A Dramaturgia Formal, o Perspectivismo)
  • O Documentário de Invenção ( a montagem como personagem)
  • Diálogos intertextuais ( videoarte, videomapping e instalações)
  •  A Autorepresentação, a Autoficção e o cinema performativo (“Eu é um outro”.)
  • O Flerte do Cinema com as Artes afins (os filmes de artistas e a videoarte). O conceito de “Desmontagem” do artista espanhol Eugênio Bonet. Montagem à distância em A.Pelechian.
  • Sessão comentada dos exercício práticos realizados pelos alunos

Pré-requisito

Alguma experiência em audiovisual(teórica ou prática) auxílio de laptop para edição.

Currículo

Cineasta, pesquisador, autor de ensaios documentais premiados internacionalmente como “Caramujo-Flor” (1988), “Enigma de Um Dia”(1996), “Glauces” (2001) e “Dormente” (2006), Joel Pizzini conquistou com os longas”500 Almas” (2004) e”Anabazys”(2009), além da seleção oficial no Festival de Veneza,os prêmios de Melhor Filme,Som, Fotografia, Especial do Júri, Montagem, nos Festivais do Rio, Mar Del Plata, e Brasília. Para a televisão, à convite do Canal Brasil, realizou os retratos “Um Homem Só”(2001), “Elogio da Luz”(2003), “Retrato da Terra”(2004), “Helena Zero” (2006), entre outros. Conselheiro da Escola do Audiovisual de Fortaleza e Professor Da PUC- Rj(pós-graduação em Comunicação) e Faculdade de Artes do Paraná, Pizzini foi artista residente da Unicamp do Arsenal/Fórum da Berlinale, dentro do projeto “Living Archive”.Trabalhou ainda como Curador da Restauração da obra de Glauber Rocha.. Pesquisador de novas linguagens, participou do projeto Arte cidade e da Bienal de São Paulo, Mercosul com vídeo-instalações e direção de performances. Diretor de“Elogio da Graça”(Melhor curta no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro )e Mr.Sganzerla, vencedor do Festival É Tudo Verdade (2010) HBRFF em Los Angeles. Dirigiu o filmensaio “Olho Nú” (sobre Ney Matogrosso), co-produzido pelo Canal Brasil e Paloma Cinematográfica, premiado como melhor filme do Festival In-Edit e FestCine América do Sul é selecionado oficialmente para o Doc Lisboa, e Festivais de Havana, Guadalajara, FIPA (Biarritz). Criou a instalação “Ruído no Branco” a convite da Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre (RS) e produziu e dirigiu “Mar de Fogo”, curta experimental selecionado para a competição oficial da Berlinale, 2015 e Mostra Internacional de São Paulo. Teve recentemente seu filme Elogio da Sombra selecionado para a competição Oficial de Oberhausen, na Alemanha e recentemente dirigiu o documentário de invenção Rio da Dúvida, sobre a Expedição Rondon-Roosevelt em 1913, além de preparar o projeto Depois do Trem.