A Residência Crítica da Mostra de Tiradentes inaugura mais um espaço formativo do evento, que dessa vez contempla a atividade crítica que sempre foi muito cara à Mostra de Cinema de Tiradentes. O programa visa selecionar seis inscritos interessados em participar de uma imersão formativa de crítica e de debates sobre cinema brasileiro contemporâneo. Os participantes terão, durante seis dias, encontro com pesquisadores, críticos de cinema e curadores que ministrarão aulas e palestras sobre assuntos relacionados à atividade crítica, além da orientação de uma mentoria especializada na escrita de textos.

Objetivo Geral

O objetivo da Residência Crítica é oferecer uma vivência de imersão, onde, durante a edição da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, os participantes deverão estar presentes diariamente nos debates do “encontro com os filmes”, como também deverão escrever três textos: dois sobre filmes da programação da Mostra de Cinema de Tiradentes (um sobre um curta-metragem e outro sobre um longa-metragem) e outro, no fim do processo, de balanço do festival. Os textos serão publicados no blog da Residência ligado ao site oficial da Mostra de Cinema de Tiradentes.

Cada residente estará amparado por um mentor, avaliando o processo dos textos em um cronograma de entregas a ser definido. Os mentores estarão atentos ao processo de escrita de textos, avaliando o estilo, a elaboração de ideias e as estratégias críticas textuais dos residentes e ainda, pontualmente, mediar a conversa dos residentes com convidados (críticos, curadores, pesquisadores).

Conteúdo Programático

26/01 – Domingo

– Abertura com Francis Vogner dos Reis:

Boas vindas aos integrantes da residência e conversa sobre a Residência Crítica como projeto de formação e debate dentro da Mostra de Cinema de Tiradentes.

– Palestra com Cléber Eduardo: Critérios arbitrários de valor

A fala do Cléber discorre sobre critérios críticos e o exercício da crítica.

27/01 – Segunda-feira

– Palestra com Camila Vieira: Mulheres na Crítica

Camila Vieira aborda a crítica sob a perspectiva da atividade crítica entre as mulheres, questões de critério, de olhar, as divergências, convergência e distinções com a tradição do olhar cinéfilo de uma atividade historicamente dominada pelos homens.

28/01 – Terça-feira

– Palestra com Juliano Gomes: A crítica contemporânea e seus tensionamentos

Juliano Gomes faz um panorama dos debates críticos atuais, quais são seus pontos de tensionamento e qual o trabalho da imaginação na atividade crítica.

29/01 – Quarta-feira

Encontro com mentores 

O encontro com os mentores é para conversa, orientação e avaliação dos textos críticos produzidos durante o festival.

30/01 – Quinta-feira

– Palestra com Lorenna Rocha: O contemporâneo e o histórico: desafios críticos

A relação entre crítica contemporânea e história, entre a história do cinema e as demandas do presente, entre a pesquisa e o gesto crítico.

31/01 – Sexta-feira

– Encontro com mentores 

O encontro com os mentores é para conversa, orientação e avaliação dos textos críticos produzidos durante o festival.

– Entrega dos textos.

Público-alvo

Jovens e adultos que estejam interessados em aprofundar seus conhecimentos e formação na área da escrita crítica.

Pré-requisito

Preferencialmente, ter experiência prévia com crítica e disponibilidade para estar em Tiradentes – MG durante todo o período indicado para a Residência.

Coordenação Geral: Cleber Eduardo e Francis Vogner dos Reis 
Mentores: Bernardo Oliveira, Ewerton Belico e Alana Falcão
Palestrantes: Camila Vieira, Juliano Gomes e Lorenna Rocha

Bernardo Oliveira é professor de Filosofia na Faculdade de Educação da UFRJ, pesquisador, crítico e produtor cultural. Produtor no QTV Selo. Publicou “Tom Zé – Estudando o Samba” (2014, Cobogó) e “Deixa queimar” (2021, Numa). Co-dirigiu com Saskia o filme “Caixa Preta” (2022), contemplado com o prêmio Abraccine 2023 como melhor curta/média-metragem brasileiro de 2023.

Ewerton Belico é roteirista, diretor, educador e programador. Integra a equipe do forumdoc.bh – festival do filme documentário e etnográfico de Belo Horizonte. Co-roteirizou e co-dirigiu o longa-metragem Baixo Centro, vencedor da XXI Mostra de Tiradentes. Foi um dos responsáveis pela Retrospectiva Geraldo Sarno e foi um dos tutores do LAB BDMG Cultural – residência de artes. Apresentou a primeira temporada do podcast de cinema documentário Versões do Tempo, comissionado pelo Itaú Cultural. Co-realizou um conjunto de médias-metragem comissionados pelo IMS a partir dos arquivos de Jorge Bodanzky e é um dos curadores da mostra Léa Garcia – 90 anos, pelo CCBB.

Alana Falcão (BA) é artista do corpo e da palavra. Compõe o corpo de colaboradores permanentes da Revista Barril de crítica em artes desde 2018, onde atualmente divide a direção editorial com Daniel Guerra. Circula desde 2022 por instituições culturais com a oficina de “Crítica Irresponsável” – na qual desenvolve exercícios críticos para pensar o mundo como fenômeno coreográfico e a crítica como partitura de criação. Publicou o “livro das Envultações” (2021), em parceria com o multi artista Leonardo França. No campo do audiovisual realizou dois curtas junto ao Nii Colaboratório (BA), co-dirigido com Melissa Figueiredo e Neemias Santana: “estio_rito em lapso” e “SEM CHÃO”. Com “Estio”, o coletivo levou o prêmio BRA.DA de direção de arte na competitiva nacional de curtas do FESTIVAL INTERNACIONAL PANORAMA COISA DE CINEMA (2021) e foi premiado na categoria vídeodança, nacional + internacional, do FESTIVAL INTERNACIONAL D’OLHAR – GOIÁS (2022).